domingo, 5 de abril de 2009

Saiba como será escolhido júri para o julgamento do casal Nardoni

Por enquanto, só existem três certezas sobre as sete pessoas que vão decidir se o pai e a madrasta de Isabella Nardoni são culpados ou inocentes: elas têm mais de 18 anos, nenhum antecedente criminal e moram na mesma cidade onde ocorreu o crime. Estes são os requisitos básicos para integrar o júri. “Esse é um caso que desperta muita curiosidade. Cada um tem a sua convicção. Mas o que manda é a convicção dos sete que vão estar naquele momento lá”, afirma o jurista Luiz Flávio Gomes. Com a repercussão do caso, o fórum recebeu ligações de pessoas de todo o Brasil querendo participar especificamente deste julgamento. Mas para ocupar uma das cadeiras do conselho de sentença é preciso ser morador da cidade de São Paulo e se inscrever para o corpo de jurados do segundo Tribunal do Júri. A lista para 2009 foi fechada em novembro do ano passado. Ao todo, são dez volumes e seis mil nomes. Um mês antes do julgamento do casal Nardoni, que ainda não tem data marcada, o juiz vai sortear, em uma urna, os 25 possíveis jurados. Eles terão de comparecer no dia do julgamento, quando ocorre um novo sorteio conforme o nome é divulgado. Defesa e acusação têm o direito de recusar qualquer nome. Advogado e promotor podem fazer isso três vezes, até que o júri esteja completo, com as sete pessoas. Em casos como o de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, os representantes da acusação costumam preferir mulheres mais velhas, casadas e com filhos. “É natural que uma mãe se coloque na posição da mãe biológica, em termos de sofrimento, e tem uma tendência favorável à Promotoria”, disse Luiz Gomes. Procurado pela reportagem, o promotor Francisco Cembranelli disse que vai decidir só na hora quem aceita ou recusa, seguindo a própria intuição. Depois dos depoimentos, da apresentação das provas e dos debates, procedimento que deve levar pelo menos dois dias, chega a fase decisiva do julgamento. O voto do júri é dado em um lugar chamado de sala secreta. Neste local, os jurados dizem “sim” ou “não” para perguntas como: ‘Houve crime?’ ‘O réu é culpado?’ O pai de Alexandre, o advogado Antonio Nardoni, informou que vai recorrer da decisão de mandar o casal a júri popular. Esta semana veio a público o teor de uma carta que ele enviou para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, em São Paulo, em que reafirma que o filho e a nora são inocentes e pede que seja fiscalizado o direito à ampla defesa.

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